QUEM FOI CLAUDIO CLARINDO
PARTE FINAL: O PEDAL POR CLARINDO
O PPC ‘Pedal por Clarindo’, resumidamente falando, é um evento extremamente simples. Foi criado por Marcos Luiz Oliveira, um ciclista amador que se sentiu inspirado por Clarindo, para homenagear a memória do ultra ciclista. Marcos foi ao encontro do ídolo na exibição do filme “Desafio 600K” realizado no Rio de Janeiro em 2015 e, tinha planos de ir pedalando de sua cidade, Miguel Pereira, região serrana do Rio de Janeiro, até Santos, para entregar uma Jersey de ciclismo ao Clarindo.
Quando soube da morte do Clarindo, Marcos decidiu que faria o pedal assim mesmo, indo até uma Ghost Bike que foi colocada pelo também ciclista de Santos, Marcos Storm, em homenagem ao Clarindo. Senso assim, em janeiro de 2017 nascia o Pedal por Clarindo: um desafio de 600K em cima da bicicleta, de Miguel Pereira, RJ, até a Ghost Bike em Santos, SP.
600K EM 4 DIAS
Marcos Luiz, o ‘Marcão’, começou a fazer o PPC sozinho, na raça, com pouquíssimo suporte. Nos anos seguintes, realizou o PPC com uma ciclista da sua cidade natal e na sequência, fez o pedal em companhia do ciclista de Santos, Jacó Amorim, parceiro de treino e amigo do Clarindo. Jacó foi o ciclista que estava pedalando com Claudio Clarindo no dia de sua morte. Os dois, e mais alguns ciclistas, estavam no trecho final de um treino, retornavam de Minas gerais, quando foram atingidos por um motorista imprudente. Jacó teve diversas fraturas e sérias lesões que lhe causaram sequelas para o resto da vida. Porém, ele segue pedalando.
Após a interrupção no PPC em 2021 devido à Pandemia, este ano o Pedal finalmente aconteceu. Desta vez, o pelotão cresceu: Marcão pedalou com mais pessoas e apoio.
Ciclistas: Jacó Amorim, Thiago Nascimento Martins, Pedro Otávio Campanuce, Leandro Ferreira (Pedal da Endorfina), Fernando Mota (4S Bicicletas), Nelson Dias Amorim e Joao Magalhaes
Apoio: Eduardo Monteiro e Jéssica Gonzalez
DIA 1
O Pedal por Clarindo começou na 5ª feira, dia 27 de janeiro, saindo de Paty do Alferes, cidade vizinha à Miguel Pereira, na região de serra do Rio de Janeiro. De lá, o grupo desceu uma serra de cerca de 10Km muito bonita que leva até próximo de Japeri, RJ. Após alguns Km pelo Arco Metropolitano do Rio de Janeiro com calor de mais de 40°, o grupo chegou ao Frade em Angra dos Reis no final da tarde.
DIA 2
A equipe em Paraty
No segundo dia desse desafiante circuito, o grupo começou a encarar muita chuva no percurso de cerca de 140Km até Ubatuba em SP. A variedade e a beleza do visual dessa região do litoral brasileiro são simplesmente impressionantes. Belos mirantes, trechos de mata atlântica fechada, nascentes, fontes e cachoeiras em diversos pontos da estrada. Serras duras também para nos lembrar de que ciclismo é meditação, contemplação e muito esforço também. Na chegada a Ubatuba, muita chuva. Marcão e Fernando Mota chegaram já à noite, respeitando o nível de pedal do Marcos. Só elogios para o Fernando Mota que exerceu o papel de ‘incentivador e companheiro’ de pedal.
DIA 3
No terceiro dia do pedal, mais chuva! O grupo chegou e saiu de Ubatuba debaixo de muita água. Os ciclistas seguiram algum tempo pela estrada para encarar duras subidas. Mais uma vez, a natureza dando um show com belos visuais de mata atlântica, rios e cachoeiras pelo caminho. O destino era Toque-Toque pequeno, praia no município de São Sebastião em SP. Mais uma vez Fernando e Marcão formaram o último pelote acompanhados pelo carro de apoio do incansável Eduardo Monteiro. Foi uma felicidade para todos quando eles chegaram, já que a chuva era forte e a noite já avançava.
Nelson 'Sonic' Amorim
Eduardo Monteiro, nosso 'anjo da guarda'
Jacó, Thiago, Nelson e a 'Manager' Jéssica Gonzalez
DIA 4
Neste 4° e último dia de pedal, o ponto de chegada seria primeiro o Point do Açaí em Bertioga, tradicional local de parada de ciclistas em treinamento. Clarindo frequentava bastante o lugar. Após as duras serras do trecho após Toque Toque Pequeno, o grupo avançou por dentro de trechos urbanos com ciclovias e em seguida pode desenvolver melhor velocidade novamente na estrada Rio Santos. A chegada no Point do Açaí foi coberta de emoção: vários ciclistas e grupos de pedal da região, Betinha a ex-mulher, Joãozinho o filho do Clarindo e Lela, irmã do Clarindo estavam presentes e não teve como não se emocionarem com a chegada dos ciclistas. O ponto final do Pedal por Clarindo, e local de dispersão do grupo foi na Ghost Bike, construída em sua homenagem, distante cerca de 20Km. Marcão entregou medalhas e certificados aos participantes do pedal. Encerrava-se ali mais uma edição histórica e emocionante desse já tradicional PPC, pela memória desse notável ciclista.
João, filho do Clarindo com Marcão e Thiago
CLARINDO NÃO FOI EM VÃO
Conheci Claudio Clarindo através da relação de patrocínio ‘marca x atleta’. Dos primeiros contatos para entender melhor a proposta do atleta, seu nível de comprometimento com o esporte, passando pela maneira como aquele cara lidava com a responsabilidade de carregar a marca na Jersey dentro e fora das competições, a amizade e a admiração foram crescendo. Acompanhar este PPC foi uma honra. Estar junto destes ciclistas, pessoas incríveis, simples e apaixonadas por bicicleta fez relembrar de verdade o espírito do grande Claudio Clarindo. Valeu a pena, demais!
Joao Magalhaes
Acompanhe ainda imagens e vídeos do pedal em:
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